22 de julho de 2011

E só de ver o pôr do sol, vale a pena ter nascido.

Já são 7:00 am. E eu já estou no ônibus. Preferia ir trabalhar dormindo no carro do meu pai, mas ele não chegou a tempo de me levar. O uniforme social me irrita um pouco, mas é até que suportável, o meu crocs feio e branco atrai quase todos os olhares curiosos, mas alivia a dor no meu joelho, já não basta ter que usar o dia inteiro um salto enorme apertando meus dedos.
Entre os prédios altos que se apertam, eu consigo ver uma pontinha do sol. Uma pontinha que ainda sim ofusca minha visão. É laranja, dolorido, incomodo e extremamente maravilhoso. Lembro que quando eu era criança minha mãe berrava quando me via olhando diretamente para o sol, apertando os olhos: "- Laís, eu já não disse que isso faz mal, você vai ficar cega! " Mas eu não ligava, queria porque queria desvendar aquele mistério. De onde vinha tamanho brilho e cor ? Eu era o tipo de criança que não desenhava o sol fazendo um circulo com linhas retas rodeando-o, não pintava de amarelo e não pintava as nuvens de azul. Confesso que sou "meio" materialista, mas eu sei ver o belo na simplicidade. Não há nada melhor que assistir o sol nascendo e depois se pondo, o céu laranja, as nuvens ralas, espalhadas pela imensidão do céu. Sinto como se eu também estivesse nascendo de novo. Deitar na grama do parque e dentro de tamanho silêncio ouvir os pássaros que cantam longe. Acho que estão todos felizes. Também pudera, são livres, podem voar, sentir ainda mais a brisa que bate em suas penas livrando-os um pouco do calor, e não há alegria maior pra eles. Eu queria ser um pássaro, só para ver tudo isso um pouco mais de perto. Presenciar o nascer e o pôr do sol, todos os dias.


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